Foram caçados dois javalis, na manhã de sábado, durante a terceira montaria, organizada pela Associação de Caçadores e Pescadores de Sangalhos. Segundo Fernando Morais, presidente da associação, apesar de os caçadores, em anos anteriores, terem avistado alguns exemplares, a verdade é que só este ano os conseguiram abater, o que fez com que a montaria se saldasse por um verdadeiro êxito. “Três escaparam” Fernando Morais afirmou ao JB que “a iniciativa não poderia ter decorrido da melhor forma”, sublinhando que a montaria, além de constituir um bom momento de lazer, alivia os estragos que os porcos selvagens fazem nas culturas, nomeadamente nos milheirais. A caça ao javali começou perto das 8.30 horas, na Fogueira, com 22 caçadores a posicionaram-se estrategicamente nas “portas” de caça da montaria (locais onde os caçadores aguardam pelo surgimento dos animais que são levantados por matilhas de cães e matilheiros), que foram distribuídas pela reserva de caça. Fernando Morais referiu ainda que “existem vários javalis na área e que os recentes incêndios, ocorridos na zona de Oliveira do Bairro, acabaram por empurrar os animais para a área de Sangalhos. “Avistámos de uma só vez cinco javalis, três dos quais acabaram por conseguir escapar”, explicou. “O javali é um animal muito rápido e o silêncio é absolutamente importante para que a caça dê frutos”, acrescentou Fernando Morais que, agora, pensa na organização da próxima montaria. “O importante é mesmo participar” Segundo caçadores que estavam no local, o aumento dos javalis está directamente relacionado com os incêndios ocorridos, e com o abandono dos terrenos o que ajuda a desenvolver, de forma natural, habitats favoráveis à reprodução selvagem do porco-bravo. Assim, como os javalis acabaram por ficar encurralados naquela área, devido à recente construção da variante que divide Oliveira do Bairro de Sangalhos. Entretanto, as horas de espera dos caçadores foram compensadas com um convívio que juntou entusiastas, provenientes um pouco de todo o distrito de Aveiro, onde as montarias são raras. O banquete serviu ainda para uma troca de histórias, e para os habituais lamentos de quem nada caçou. Sérgio Aidos, presidente da Junta de Freguesia de Sangalhos, opinou que a montaria foi um êxito, mas que “nem um tiro deu”, enquanto Horácio Silva, de São João da Azenha, referiu que “o importante é mesmo participar”. Mais contente estava Rui Rato, agente da GNR de Anadia, que contabilizou o oitavo javali que mata no seu palmarés pessoal. Diz que não tem nenhuma técnica especial, mas salienta que “o silêncio e uma dose de sorte são os ingredientes necessários a uma boa caçada”. Os dois animais, depois de “desmanchados”, foram colocados numa arca frigorífica para serem degustados num convívio que será, oportunamente, marcado. Já a cabeça (troféu) do animal é pertença do caçador que o matou e que regra geral é embalsamada. Recorde-se que a montaria ao javali só poderá ser efectuada com autorização e nos meses de Outubro a Fevereiro. Números 22 Portas foram ocupadas por caçadores para capturar ou abater animais que são levantados por matilhas de cães e matilheiros. 30 Cães constituíam a matinha vinda expressamente de Viseu que ajudou a afugentar os animais para as portas de caça. 22 Caçadores participaram na montaria organizada pela associação de caçadores de Sangalhos 1050 Hectares é área aproximada da reserva de caça de Sangalhos.
Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt | 
